(criação inserida no Linha de Apoio de Emergência ao Setor das Artes / Fundo de Fomento Cultural do Ministério da Cultura 20’)
A inspiração para a criação da obra musical para Marimba e “Sardinhofone”, adveio das tradições locais que pululam no território e na comunidade, enraizadas nos fluxos migratórios de grande parte do séc. XX, onde famílias vieram de todo o país para Portimão, em busca de uma vida melhor. Trabalhavam nas mais de 20 fábricas de conservas que se encontravam nas margens do Rio Arade.
A par da marimba, o instrumento de criação e interpretação é o Sardinhofone, idealizado e construído pelo portuense Flávio Monteiro, e dará assim vida a antigas latas de sardinha, transformando-as num instrumento musical.
Tiago Cutileiro, um dos compositores mais conceituados do panorama musical contemporâneo português, compõe uma obra inspirada no funcionamento das fábricas de conservas, em que o minimalismo associado ao labor fabril estará bem presente em termos estéticos de composição.
O projeto de criação tem a sua estreia no Museu de Portimão, também conhecida como antiga fábrica de
conservas de peixe “São Francisco”, localizada na frente ribeirinha da cidade, e resultado de uma renovação do antigo edifício fabril, datado dos finais do séc. XIX.
Vasco Ramalho (percussão) e Tiago Cutileiro (composição) trabalham juntos desde 2007, através do projeto INTERREG “Sons Imediatus” , atuando em palcos do Algarve e Andaluzia e que culminou na gravação de um CD ao vivo. Atualmente a viver em Berlim, Tiago Cutileiro é um dos compositores mais arrojados no seu estilo de escrita. Para percussão, escreveu uma obra para marimba solo dedicada a Vasco Ramalho em 2008 intitulada “vasco para marimba”.
“Este projeto surge como homenagem à cidade de Portimão e às suas gentes. Não sou natural de Portimão, mas aqui escolhi viver, nestes fluxos migratórios que caracterizam a nossa sociedade” - Vasco Ramalho
Nasceu em 1982 em Reguengos de Monsaraz - Portugal. Iniciou os seus estudos musicais com 12 anos na EPMEV, curso que concluiu em 2000 com elevada classificação. No mesmo ano ingressou na Universidade de Évora onde se Licenciou em percussão no ano 2005. Entre 2006 e 2008 frequentou uma Pós-Graduação em marimba solista no Royal Conservatory Antwerp - Bélgica com o professor Ludwig Albert. Participou em vários cursos e festivais internacionais dos quais se destacam: Zeltsman Marimba Festival 2003 que decorreu em Appleton - WI - USA; Ludwig Albert Academy 2006 - Belgica; Keiko Abe Academy 2007 – Bélgica onde trabalhou com Keiko Abe; IPEW 2008 e 2019 - Croácia. Festival de música da UÉ 2013, Tomarimbando 2014 e 2017, Percussion Friends 2017 no Conservatório de Amsterdão, entre outros. Precursor da percussão na região sul de Portugal, desde 2005 já conseguiu iniciar a classe de percussão em vários Conservatórios e Academias. É diretor artístico das VII edições realizadas do FINTP Portimão, diretor artístico do I e II FIPAC e do I e II Festival Internacional de Percussão de Évora. Foi também diretor artístico da VII edição da Ludwig Albert Summer marimba Academy em 2014.Em Julho de 2017 lançou o seu primeiro CD, Vasco Ramalho – Essências de Marimba, Fados & Choros. Desde 2012 que Vasco Ramalho é artista Adams, uma das mais conceituadas marcas de instrumentos de percussão a nível mundial, e desde 2019 das marcas Innovative Percussion, Zildjian e Remo. Actualmente é professor no Conservatório de Música de Loulé - Francisco Rosado e no Conservatório Regional de Évora - Eborae Musica.
Tiago Cutileiro vive e trabalha em Berlim, é compositor e artista sonoro. Formou-se em Composição na Universidade de Évora. A sua obra abrange música instrumental, música electrónica, instalações sonoras e audiovisuais, música para filme e para teatro, tendo sido apresentada sobretudo em Portugal mas também em Espanha, França e Alemanha. Em 2014 concluiu o Doutoramento em Composição sobre a não-narratividade na música contemporânea e a sua relação com géneros musicais tradicionalmente narrativos. Neste contexto compôs a Ópera Tudo Nunca Sempre o Mesmo Diferente Nada que estreou este ano no Teatro Municipal da Guarda e tem sido apresentada em diversos teatros nacionais. Os seus trabalhos mais recentes incidem na relação entre a realidade (tendencialmente não-narrativa) e a artificialidade (tendencialmente narrativa) tanto na música como nas artes visuais.
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